O parto - Cesariana

Dia 09 de junho de 2010. Por volta das 18h fomos para o hospital Santa Martha para darmos entrada na internação.. Chegamos um pouquinho atrasados (sempre me atraso pra tudo, não podia ser diferente no dia do meu parto né? ahahaha), fomos conseguir um quarto às 19:30, na hora que minha médica chegou no hospital e perguntou o que eu ainda estava fazendo na recepção e agitou tudo pra me internar logo. Moral é outra coisa né? ahahaha! Pegamos o quarto 601 e subimos todos (eu, meu marido, minha mãe, minha tia e minha avó) pra nos acomodar no quarto. Logo logo chegou a enfermeira pedindo pra eu vestir o roupãozinho básico deles aberto atrás (muito desconfortável ficar com a bundinha aparecendo ahahaha), e separar umas peças de roupa para o bebê. Nessa hora me bateu uma aflição, porque até então eu estava super calma, super tranquila, já tinha rezado e tal, acho que não tinha caído a ficha ainda de que eu estava indo fazer uma cirurgia, mesmo que pra fazer nascer uma vida né? Sempre existem riscos. Quando fui pro banheiro pra trocar de roupa comecei a chorar muito.. fiquei um tempão no banheiro chorando de nervoso, angústia, sei lá, daqui a pouco eu ia entrar na faca poxa.. é impossível ficar 100% tranquila! O Clayton reparou que eu estava demorando e entrou pra ver o que tinha acontecido e ficou lá me consolando, me animando e tal.. Aí fui tentando acalmar, quando saí do banheiro as enfermeiras já estavam lá no quarto com a maca, nossa.. chorei de novo! auhauhauahua.. Deitei na maca e fomos em direção ao centro cirúrgico no 2º andar, gente é muito ruim andar de maca consciente! Parece até que você é deficiente, sei lá.. dá um nervoso, uma sensação de impotência! Na hora que eu cheguei na sala da cirurgia só tinha a filha da minha médica (Dra. Monique), que ia auxiliar ela no parto juntamente com a anestesista (Claudia) que foram me acalmando, conversando comigo enquanto a Claudia me colocava no soro. Eu estava tão nervosa que eu ficava perguntando igual uma criança se ia doer quando ela me colocasse no soro e ela dizia que não, que ia ser rápido.. E realmente foi, foi como tirar sangue, e ela disse que eu ia levar a mesma espetada nas costas para injetar a anestesia peridural. Veio a instrumentadora pra me posicionar de lado, curvada, com a cabeça abaixada encostando o queixo no peito e os joelhos dobrados o máximo que eu pudesse, como se eu fosse um feto dentro da barriga, para que a anestesista pudesse achar o local pra me furar né! Mas como as minhas costas são gostosas (ou seja, gordinha, ahahaha), ela demorou um pouco mais, ficou fazendo massagem pra tentar achar o local (e eu ficava rindo sentindo cócegas e ao mesmo tempo doía de tanto que ela apertava), e por fim depois de quase 5 minutos procurando ela achou, ai injetou, ela me espetou umas três vezes pra poder tentar achar o local certo nas costas, e todas as espetadas eu sentia tipo uma cãimbra, um choquezinho, mas não doía, era o mesmo que tirar sangue, a mesma espetada. Conforme ela vai aplicando a anestesia você vai ficando com uma queimação na barriga, nas pernas, nos pés, depois vem o formigamento, e por fim quando começam a te virar de frente pra subir o pano ali no rosto pra você não ver a operação, você já não sente mais nada, parece até que somos paraplégicos.. é uma sensação horrível, Deus que me perdoe! O Clayton entrou na sala, e eu fui me conscientizando que já estava chegando a hora de me abrirem ahahaha. A anestesista ficou o tempo todo do meu lado junto com o Clayton, e até perguntou se eu conseguia levantar as pernas, e eu disse que não, parecia que tinha um chumbo em cima de mim.. Eu perguntei pra ela como ela ia saber que eu realmente estava anestesiada, e ela respondeu "Porque já começaram a cirurgia e você não está gritando de dor!" ahahahahaha. Toda hora eu ouvia aquele barulhinho de sucção dos médicos, me dava um nerovoso.. auhauahua! Depois de um tempinho eu comecei a tremer de frio, e ficar enjoada (e olha que estava sem comer desde o meio dia, e sem beber água nenhuma desde as 16h). Mas tentei me concentrar que o meu filho tava chegando.. Por fim a anestesista falou que ia pressionar minha barriga pro Lucca descer mais um pouco e facilitar o trabalho da minha médica né aahahaha. Muitos dizem que sentem pressão na hora de tirar o neném, eu não senti nada, só sabia que ele estava saindo porque a anestesista descreve tudo pra você na hora do parto.. Quando eu ouvi o choro dele, comecei a chorar também.. É a sensação mais linda, mais maravilhosa do mundo, na verdade, é indescritível, acho que precisa ser mãe pra saber como é sentir cada sensação dessas, do medo do parto até a sensação de felicidade de estar com o filho que ficou tanto tempo na sua barriga em seus braços, olhando pra você. O Lucca nasceu de olhão aberto, cabeludão, com 3.280kg e 49cm. Ele só chorou na hora, e enquanto estava fazendo a limpeza nele.. Depois que colocaram ele no meu colo ele sossegou (não é querer se gabar, mas acho que isso acontece com todo filho quando chega perto da mãe, é instinto). Depois que ele nasceu e eu fiquei um pouco segurando ele enquanto me costuravam me bateu um sono, um peso, acho que até me colocaram pra dormir porque eu não lembro mais de nada. Só lembro de ter acordado na maca saindo do centro cirúrgico e passando perto do berçário onde ficam as famílias esperando pra ver os bebês, e todo mundo olhava pra minha cara e falava "não, não é essa".. ahahaha! Todo mundo esperando a esposa, ou a filha, sei lá! Queria voltar no meu parto, foi tudo tão rápido, mas foi mágico, lindo, perfeito..


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