1ª Ultrasom

Dia 30 de outubro de 2009. Minha mãe chegou em Rio das Ostras de manhã e passamos o dia inteiro em Macaé procurando um lugar que aceitasse o meu plano de saúde que na época era pago pela minha empresa. Custamos muito, fomos em mil lugares, esperamos, andamos, e nada de conseguir fazer a ultrasom. Comecei a achar que não era para eu saber a verdade, e minha mãe começou a relembrar a época que ela engravidou, que foi exatamente assim, parecia que tudo andava para não descobrir as coisas, ou para que a aceitação fosse maior. Pedimos informação em um hospital, e disseram que no final da rua (que era simplesmente imensa e uma das principais de Macaé), tinha uma clínica que fazia ultrasom pagando na hora. Andamos horrores, chegamos na clínica já de noite.. E advinhem? Não aceitavam nem plano de saúde nem cartão de débito ou crédito. Problemas! Não sei como surgiu dinheiro na nossa conta, e minha mãe conseguiu sacar 60 reais para pagar a ultrasom. Entrei na salinha do exame, e fui para o banheiro me trocar, simplesmente entrei em desespero, chorava igual bebê e não queria fazer o exame, nem descobrir nada que eu não quisesse. O médico que ia me examinar era muito compreensivo, e foi me acalmando até eu deitar na cama e começar o exame. Eu chorava segurando a mão da minha mãe igual uma criança, afinal em certo ponto eu era uma "criança". Quando ele começou a fazer a ultra transvaginal, ele sem mais delongas já abriu um sorriso e disse "parabéns, você vai ser mamãe"...

Quêêêêêê? Como assim?

Chorei muito, muito, estava pensando em sair dali e ir direto para o Rio fazer um aborto. Não havia nada que me impedisse.. Clayton podia chorar, pedir, podiam me implorar.. Como eu ia ter um filho com 20 anos, no auge da minha vida? Na barriga dos outros é refresco né.. Só que o Clayton foi contra a minha atitude, ele pedia por favor para eu esquecer essa idéia maluca.. e todas as minhas amigas também, mas quem disse que eu cedia? E então, o médico me colocou para ouvir o coraçãozinho do bebê.. e batia tão forte, mas tão forte.. que eu parei de chorar e perdi qualquer vontade de abortar ali naquele momento. A gente sabe que tem vida dentro da gente quando estamos grávidas, mas não temos a menor noção da dimensão, se realmente se vê ou se ouve a vida.. e ali eu tive uma prova que por menor que fosse a vida, estava lá, e muito forte, querendo viver muito!!! Saí de lá meio baqueada, pensando que Deus tinha me abandonado, cheguei a questionar a existência dele por ter aprontado tamanha responsabilidade pra mim que não faço mal a ninguém! Depois de muita conversa na volta pra casa com minha mãe, ela me fez enxergar que não existem só pontos negativos em estar grávida, ou em ser mãe. Ela me mostrou como ninguém, que ser mãe é uma bênção, que nada acontece por acaso na nossa vida, e se aconteceu comigo mesmo "nova", foi por algum motivo, pra dar sentido na minha vida que estava monótona.. e não é que estava mesmo? Comecei a ver a coisa de outro lado.. mesmo que ainda em aceitação, já era um grande passo aceitar ter um filho não acham?

Aí está a "foto" do neném, mesmo que pequenininha.. é só uma manchinha, uma bolinha!

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